Chorava pelos pulsos a dor que escorria vermelha. Cantava com
alegria “Fita Amarela”. Sentia que descobriria a morte, mas que com sorte não existiria
algo além do que via azul. Mas se existisse, desejava que fosse verde, que não
fosse o inferno, mas queimasse deixando tudo mais belo. De repente, tudo ficou
preto, e sentiu que seu corpo se despedaçou e caiu no infinito... Com esforço
abriu o olhos. Tudo se movia, dançava. Existiam todas as cores possíveis, e
ainda mais belas que antes... Sua boca amargava e sua pupila dilatava...
quarta-feira, 12 de março de 2014
sexta-feira, 17 de janeiro de 2014
Não precisava de bebidas alcoólicas ou drogas do tipo. O
caminhar num lugar que há muito tempo não caminhava, não via as cores, nem
sentia o cheiro, me embriagava por completo. Aquela sensação nostálgica e
amedrontadora de mudança, de medo do desconhecido, sempre me fascinou, tenho
consciência disso, mas não tinha a consciência presente. Foi estranho perceber
que eu estava entendendo meus sentimentos ao retornar aquele lugar, perceber
minha completa embriagues. Essa percepção sempre acontecia, algum tempo após
esses sentimentos se extinguirem. Sorri com tudo aquilo, como me fazia bem. Pensei
em pegar um ônibus e resolver logo a situação, principalmente por facilitar a
direção a ser tomada. Desisti no primeiro segundo da ideia. Fui a pé, e toda
embriagues se foi no suor.
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